Estudo revela que os consumidores estão cansados da mesmice
Erica Mendes
A consultoria global de marketing digital Bazaarvoice divulgou um novo estudo sobre os influenciadores revelando que os consumidores estão cansados de serem inundados com as mesmas postagens, principalmente no Instagram, e do uso repetitivo dos mesmos influenciadores de moda.
Foram entrevistados coletivamente 4.000 consumidores britânicos, franceses e alemães em junho e julho de 2018, dos quais 47% expressaram consternação com a natureza repetitiva do conteúdo, 23% destacaram a “qualidade” das campanhas veiculadas pelos influenciadores e 62% disseram acreditar que o conteúdo do influenciador se “aproveita do público impressionável, sendo muito materialista e deturpando a vida real”.
Se de um lado há essa dependência aparentemente inexorável das marcas de moda pelos influenciadores, de outro há uma preocupação dos clientes sobre como as empresas estão se valendo desse marketing de influencers.
Quase metade dos entrevistados disse acreditar que já passou da hora dos órgãos reguladores de publicidade definirem regras mais rígidas para o conteúdo que as personalidades da mídia social produzem. Isso inclui também regras sobre a compra de seguidores e sobre a identificação, de fato, de quais publicações são patrocinadas.
Segundo Joe Rohrlich, gerente geral da Bazaarvoice, embora o marketing de influência “pretenda realmente ser o boca-a-boca, uma tradição atemporal de compartilhar nossas descobertas e preferências, em muitos dos casos, esse valor da autenticidade é desviado do seu propósito”.
Para Marta Rovella, diretora da Rovella & Schultz Boutique Press, a era dos influenciadores digitais como conhecemos hoje é passado. “Atualmente, o consumidor busca empresas que tenham a verdade e a transparência como propósitos. E isso não pode ser conquistado com o pagamento de influenciadores que, a cada dia, divulgam produtos, muitas vezes concorrentes, como se fossem os seus preferidos”.
A assessora de impressa ainda recomenda que as marcas invistam em mídias sociais com conteúdos próprios, geridos por jornalistas, que podem referendar e endossar o que é publicado, graças a sua isenção. “Com a concorrência acirrada e o mercado cada dia mais dinâmico, as empresas devem atuar no sentido de transformar cada cliente em seu fã. Um trabalho eficiente de relações públicas aproxima o consumidor de seu produto. Criar experiências que resultem em emoções é um dos caminhos mais efetivos e permanentes. Não devemos nos esquecer que o objetivo é conquistar pessoas para que elas decidam sobre como e onde gastar os seus recursos”, finaliza Rovella.