Perceba para onde a onda está te levando, pegue o fluxo e não desperdice energia
Por Cledson Bernardo
Em momentos de crise como esse, muitos líderes e gestores de empresas podem pensar que é o melhor a ser feito é fazer o maior esforço possível para tentar reverter os prejuízos. Nem sempre isso faz sentido, como bem estamos vendo nesse momento, pois nem tudo depende de nós ou dos nossos esforços. É preciso considerar o mercado e o fluxo que rege a economia e o comportamento de toda a sociedade.
Quem tem ligação com o mar deve conhecer um fenômeno chamado “corrente de retorno”. Trata-se de um movimento marítimo no qual a água puxa com força em sentido do mar aberto.
É uma armadilha. Se forma pelo excesso de água sobreposta pelas ondas em uma praia, que retorna atravessando a arrebentação e escavando canais na areia. Geralmente acontece em regiões onde não há ondas quebrando e o mar parece calmo.
Essas correntes são rápidas e variam de tamanhos. As mais fortes podem continuar por centenas de metros, arrastando tudo o que encontram para bem longe da praia.
Paradoxalmente, contra esse fenômeno usar a força é inútil. O melhor nadador não é capaz de vencê-la. Ao tentar enfrentá-la se perde energia, chega-se a exaustão e ocorre o afogamento.
Para sobreviver, a recomendação é manter a calma e resistir nadar contra o fluxo. Depois, tentar se deslocar em sentido lateral, saindo da área da correnteza e ali pegar carona nas ondas que se formam no sentido contrário.
Em meio a essa crise do Coronavírus, vale ficar atento a essa lição. Afinal, o salva-vidas pode demorar e precisamos não desperdiçar energia.