Maior participação está relacionada à ampliação da oferta de produtos dos segmentos de moda e beleza nas plataformas digitais
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce no Brasil registrou crescimento de 10,5% em 2024 em comparação a 2023, com um faturamento de 204,3 bilhões.
Este cenário destaca a liderança feminina nas compras online, que foi responsável por quase 60% do total de vendas no último ano.
Para Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm, há uma relação direta entre a participação feminina no e-commerce e o aumento de ofertas de produtos de moda e beleza no ambiente digital. Segundo ele, “há uma década, o perfil de consumo online era majoritariamente masculino, com foco em artigos de informática. Hoje, vemos uma transformação significativa”, afirmou.
Apesar da relevância do público feminino, a categoria que mais faturou em 2024 foi a de eletrodomésticos, com 19,65% das vendas, seguida pela telefonia, que representou 13,1% do total.
Perfil de consumo
O levantamento da ABComm também apontou que 35% das pessoas que compram online têm entre 35 e 44 anos. Além disso, a classe C compõe 54% dos compradores, evidenciando um maior acesso à tecnologia e à inclusão financeira.
Geograficamente, a região Sudeste se manteve na liderança das compras realizadas de modo online, com 55,8%, sendo que o estado de São Paulo continua a frente, respondendo por 33,29% dos consumidores digitais.
Ao todo, o e-commerce brasileiro registrou 414,9 milhões de pedidos em 2024, com um ticket médio de R$ 492,40 e atingindo um total de 91,3 milhões de compradores.
Compras via smartphones em alta
Os dados ainda revelam que, cada vez mais, os consumidores compram a partir de seus smartphones: 55,5% das transações realizadas foram por dispositivos móveis. Segundo Bandeira, os celulares facilitam as compras por impulso, no entanto, ele pondera que os smartphones aumentam os riscos de golpes e propagandas enganosas, especialmente nas redes sociais.
O que esperar para 2025?
A ABComm projeta um crescimento de 15% no faturamento, alcançando R$ 234,9 bilhões. Espera-se que o ticket médio atinja R$ 539,28, com um volume de 435,6 milhões de pedidos e 94,05 milhões de compradores.Entre os fatores que impulsionarão esse crescimento está a implementação do Drex, o real digital desenvolvido pelo Banco Central. Mauricio Salvador, presidente da ABComm, enfatizou que a digitalização é irreversível e representa uma oportunidade de evolução para o setor. “O e-commerce continua crescendo com inovação, novas tecnologias e experiências de compra cada vez mais personalizadas. Isso fortalece o varejo como um todo e amplia as oportunidades para pequenos e grandes negócios”, concluiu.