Executiva do Google fala como iniciar uma jornada rumo à transformação digital
Hoje em dia, a maioria dos gestores sabem do valor do digital para o crescimento de uma empresa. No entanto, apesar de terem o entendimento de que um negócio digitalmente maduro tem melhores resultados, ainda existe muita dificuldade para iniciar a jornada rumo à transformação digital.
Para ajudar as empresas a darem o primeiro passo, Fernanda Dória, Head de Vendas Google Customer Solutions, compartilha 6 pontos-chaves:
1. Pessoas
“Para trilhar o caminho da maturidade digital é fundamental ter um time qualificado para transformar dados e informações em insights. E isso só é possível com um C-level comprometido em fazer mudanças, que enxerga a tecnologia de forma estratégica e busca desenvolver e capacitar o time para criar uma cultura empresarial mais ágil e flexível”, destaca a executiva.
2. Cultura
Segundo Dória, o ‘testar e aprender’ é mais uma mentalidade do aprendizado que se traduz em processos. “O erro é possível e faz parte da aprendizagem. Sempre digo que é importante que o risco tenha espaço dentro da cultura do time, para que as pessoas possam experimentar e crescer. O que garantiu sucesso até aqui pode não garantir sucesso no futuro. Por isso, também é fundamental que as empresas abram espaço para testar, pois tentativa e erro estão na base dos processos de inovação”. Ela também ressalta que a agilidade é outro elemento cultural necessário para desenvolver maturidade digital. “Agilidade não diz respeito a uma metodologia específica. Parte, na verdade, do entendimento de que decisões — das mais complexas às mais simples — têm de ser tomadas constantemente, acompanhando o ritmo dos negócios e a crescente demanda por parte dos consumidores”.
3. Dados
Dados são fontes de riqueza e a maneira como a empresa vê, trata e utiliza os dados dos clientes para moldar estratégias, produtos e serviços é muito importante. “Você não precisa de qualquer dado, você precisa dos dados corretos para gerar insights que vão ajudar a empresa a fornecer o melhor serviço a seus clientes”, pontua a profissional de marketing.
“É fundamental ser transparente com o consumidor e deixar claro como a empresa está usando a informação. Essa é uma via de mão dupla: o cliente permite o acesso aos seus dados e a empresa usa essas informações para agregar valor. Se seu público não obtém benefícios ao ceder seus dados, a tendência é que ele deixe de compartilhá-los e passe a se relacionar com marcas que entregam benefícios reais”.
Doria ainda faz questão de lembrar que benefícios por si só, no entanto, não são suficientes, e que é preciso ficar atento ao fato de que, cada vez mais, as pessoas conhecem seus direitos sobre a proteção de dados e privacidade. “Garantir a adequação de todos os seus processos e ações de marketing à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) brasileira, ao passo que continua a estabelecer relações personalizadas com os consumidores, demanda um planejamento específico por parte das marcas, que inclui a contratação de profissionais especializados e comprometimento por parte dos colaboradores, da alta gestão até as funções mais operacionais”.
4. Mensuração
Atualmente, o consumidor entra em contato com sua marca por anúncios, redes sociais, mídias offline, boca a boca, etc. Como mensurar tudo isso? De acordo com Doria, “cada canal age de forma complementar, por isso é preciso analisar e pesar o papel que cada um deles têm no processo de decisão de compra. Quando você consegue distinguir o que gerou mais impacto na conversão de clientes e usa as ferramentas digitais para ajudar na atribuição de valor para as estratégias de marketing, está mais perto de alcançar a maturidade digital. Afinal, se você não mede o que está fazendo, corre grandes riscos de estar apostando em opiniões, em vez de em fatos concretos”.
5. Parcerias
As parcerias incluem a integração entre times e a cooperação com outros players do mercado de forma estratégia. “É de suma importância que o time esteja aberto a evoluir e aprender novas habilidades. Os diretores de marketing (CMO), por exemplo, nunca tiveram de estar tão próximos dos diretores de tecnologia (CTO) porque as funções de ambos estão hoje muito conectadas. Ou seja, para que a transformação digital aconteça de forma robusta, as equipes precisam trabalhar juntas com o objetivo de gerar mais eficiência para a empresa e mais valor para os clientes”.
Além disto, “o processo de maturidade digital é longo e, nesse contexto, conectar-se com outros players da indústria, parceiros de tecnologia e fornecedores pode ajudar a levar ainda mais valor para os consumidores. Ao se abrir para colaborações e quebrar o isolamento, sua empresa estará exposta a novas visões e novas oportunidades, o que é indispensável quando pensamos na configuração do mundo contemporâneo”, completa Doria.
6. O cliente no centro
Muitas empresas ainda têm uma abordagem muito autocentrada em suas próprias necessidades, se esquecendo que é o cliente quem precisa estar no centro. “Colocar o consumidor no centro significa que todas as decisões da empresa, ou ao menos as principais, sejam pensadas para solucionar os problemas que os clientes experienciam, além de agregar mais valor para a vida deles. Antes de iniciar qualquer projeto, pergunte-se: para quem eu estou fazendo isso? Se a resposta não for “meu cliente”, talvez valha a pena repensar a estratégia”, finaliza a executiva do Google.