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Os movimentos e as complicações de um relógio de luxo

Os movimentos e as complicações de um relógio de luxo

Os movimentos e as complicações de um relógio de luxo

Conhecimentos básicos que todo vendedor de relógios de alto valor deve adquirir

Por Erica Mendes

Os relógios de luxo têm características muito distintas de um modelo convencional de preço médio. Seus diferenciais justificam o seu alto valor. Alguns modelos, inclusive, têm tantas complicações que são considerados verdadeiras obras de arte.

Ponderando que o público consumidor destes relógios é extremamente exigente e profundo entendedor do tema – alguns até afirmam que os relógios usados dizem muito sobre eles -, é imprescindível que a equipe de vendas tenha um repertório adequado para fazer o atendimento. Por isso, uma lista com algumas informações básicas sobre os movimentos e as complicações, incluindo alguns termos técnicos, podem ajudar a introduzir o colaborador a esse universo.

Movimento

Há duas grandes categorias: os ‘relógios quartz’ e os ‘relógios mecânicos’. O modelo quartz é movido a bateria e o mecânico tem a sua propulsão oriunda de um complexo sistema de molas e engrenagens que exigem ajustes e manutenção regulares. Muitos fabricantes se refere a seus movimentos como ‘calibres’.

Dentre os mecânicos – onde são operados a maioria dos relógios de luxo – há ainda a classificação do ‘mecânico a corda’ ou ‘mecânico automático’, sendo este último dotado de um pêndulo que ‘dá corda’ ao relógio, quando este é movimentado.

Em geral, o relógio mecânico é confeccionado manualmente por artesãos e são exemplares únicos que recebem, inclusive, a sua certificação de individualidade. Embora mais caro de se manter, se for bem cuidado, um relógio mecânico pode durar décadas, até mesmo séculos, servindo como marca registrada de um estilo pessoal ou de herança de família para as gerações vindouras.

As complicações

A busca pela perfeição do movimento impulsionou os relojoeiros a aprofundar-se na arte e na técnica de “complicar” os relógios, inventando diversas funções (além da hora, minuto e segundo) que foram batizadas de ‘complicações.

O tourbillon (“redemoinho” em francês) foi a primeira delas. Apresentado em 1795 pelo mestre Abraham-Louis Breguet, este movimento complexo foi concebido para compensar o efeito de gravidade sobre o relógio fazendo com que o seu “coração” girasse sobre um escapo (eixo) uma vez a cada minuto. Cada vez que o mecanismo gira 180 graus, o efeito gravitacional é anulado. Segundo especialistas do mercado de alta relojoaria, ainda hoje existe a tendência de deixar os tourbillons sempre cada vez mais complexos.

No atual rol de complicações ostentadas nos mostradores estão:  calendário perpétuo, indicação de anos bissextos, fases da lua, dia da semana, fusos horários – o chamado GMT (Greenwich Mean Time) que rastreia dois fusos ao mesmo tempo -, indicação da diferença entre a hora solar e a marcada pelo relógio e a ‘reserva de som’ (quando os mecanismos sonoros estão ativados).

Também são bastante apreciados modelos com ‘reserva de marche’ – que indica quanto tempo o mecanismo funcionará sem movimento algum – e com cronógrafos ‘ratrappante’, também chamados de cronógrafos duplos. E falando em cronógrafos – que contam as frações de segundo -, eles têm sido muito usados ​​como um cronômetro combinado com um relógio de exibição, atraindo corredores, mergulhadores e corredores.

Existem também os anti-magnéticos – que evita a perda de precisão ocasionada quando os componentes metálicos de dentro do relógio sejam magnetizados se introduzidos em campos magnéticos – dedicados aos engenheiros e técnicos de medicina.

As complicações são lançadas constantemente, sejam elas desenvolvidas para o uso cotidiano ou para uma aplicação especializada como viagens, automobilismo, montanhismo e mergulho em águas profundas. Quanto mais complicações um mesmo relógio tiver, mais caro ele é. Se a tiragem for limitada o valor pode alcançar ainda mais cifras.

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