Ética, equilíbrio entre vida profissional e pessoal e propósito são características comuns que a geração Z procura quando almeja um emprego
Uma recente pesquisa da Wunderman Thompson Data aponta que 70% dos entrevistados da geração Z (nascidos entre 1995-2010) concordam que a pandemia mudou suas prioridades. Cerca de 74% dos respondentes afirmam que o isolamento lhes deu mais tempo para se concentrar no que é realmente importante para eles.
Fazer pausas no emprego ou reduzir sua semana de trabalho, efetivamente “deixando de lado a ideia de que nossos títulos ou salários nos definem”, se tornou imperativo, conforme mostrou o estudo.
Apesar desta geração estar entrando no mercado do trabalho e do consumo agora, ela já representa 32% da população mundial. Logo, é inevitável que sua forma de pensar impacte no ambiente empresarial.
O perfil da geração Z
Entender quem são os jovens GenZ permitirá que empresas se preparem para conviver com eles. Um levantamento da Docusign, plataforma eletrônica de assinaturas, detalha as principais características desse grupo:
- São nativos digitais: nasceram no ápice do desenvolvimento da internet e consideram a tecnologia como um meio de facilitar a vida cotidiana, eliminar a burocracia e criar uma sociedade mais igualitária.
- Prezam pela liberdade geográfica: almejam um estilo de vida sem fronteiras, que pode ser propiciado pelas inovações.
- São independentes: usam o acesso à informação para aprender e fazer tarefas no melhor estilo faça você mesmo, sem ajuda.
- Prezam pela responsabilidade social: consideram nas suas relações,
inclusive as de consumo, quem e aquilo que concorda com suas crenças. - Priorizam aqueles com o mesmo estilo de vida: criam grupos seletos, excluindo aqueles que não compartilham de suas opiniões, mesmo que sejam familiares.
- São ansiosos e dependentes das relações sociais: têm comportamento e a saúde mental fortemente influenciados pelas redes sociais, sofrendo frustrações por não progredirem na velocidade que desejam.
A mentalidade sobre o trabalho da geração Z
A grande demissão que se seguiu aos bloqueios pandêmicos abriu espaço para muitos ex-empreendedores e aspirantes à carreira se reconectarem com familiares, amigos e reacenderem outros aspectos de suas vidas. Desde 2021, muitas pessoas começaram a retroceder em suas vidas e carreiras ocupadas, optando por licenças. Uma mulher entrevistada pelo The New York Times passou um ano em casa com seus dois filhos, deixando sua posição como diretora executiva de uma organização sem fins lucrativos em espera.
“Não tem preço que compre toda a minha atenção. Estou presente e meus filhos sentem isso”, disse Ana del Rocío.
Outros funcionários sobrecarregados estão adotando a chamada “desistência silenciosa”, optando por limites sólidos no trabalho e encontrando paz e felicidade simplesmente fazendo apenas o que é exige deles.
Uma reportagem do The Washington Post traz que os trabalhadores da geração Z estão exigindo flexibilidade em seus horários e planos de carreira claros, além dos incentivos padrão de bem-estar. Linda Jingfang Cai, vice-presidente de desenvolvimento de talentos do LinkedIn, disse ao Post que o jovem grupo de trabalhadores exige que os empregadores se preocupem com eles como pessoas inteiras e, para jovens profissionais que entram no mercado de trabalho, a capacidade de entender sua carreira vale mais do que um salário.
Ética, equilíbrio entre vida profissional e pessoal e propósito são características comuns que a geração Z procura quando almeja um emprego. Para eles é importante que seu trabalho contribua para o bem maior: 70% dos respondentes da pesquisa da Wunderman Thompson Data preferem fazer algo significativo do que ganhar muito dinheiro.
Sabendo que todas essas mudanças afetam o ambiente de trabalho, cabe as empresas rever seus pacotes de contratação caso queiram atrair esse grupo para preencher suas vagas.
