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Sou formal, sou legal: Ética

Sou formal, sou legal: Ética

Sou formal, sou legal: Ética

Por Ecio Morais, diretor do IBGM

No dicionário Aurélio o significado de Ética é dado como um segmento da filosofia que, por extensão reúne as normas de valor moral presentes numa pessoa, sociedade ou grupo social: ética social, ética médica, ética empresarial, etc.

Ética é um conceito complexo, muito explorado, pouco compreendido e por vezes utilizado para justificar condutas duvidosas. O termo entrou definitivamente na agenda nacional com a “Operação Lava a Jato”, mas também é motivo de reflexão quando falamos de bioética, de inteligência artificial, de interrupção de gravidez de anencéfalo, de engenharia genética, de respeito ao meio ambiente, etc.

Nosso intuito com o presente artigo é mais modesto e refere-se à ética empresarial, mais especificamente à ética no segmento empresarial joalheiro. Produto cujas matérias primas, ouro e gemas, são raras e de alto custo, a joia carrega em si um poderoso conteúdo simbólico, que compõe seu universo de valor. Nesse sentido uma fraude na composição do teor ou origem da matéria prima, além das implicações de natureza financeira, ou prejuízo direto ao bolso do consumidor, possui também implicações emocionais que extrapolam a esfera da relação comercial.

Imagine, por exemplo, um anel solitário de noivado cujo diamante não é exatamente aquilo que o joalheiro afirmou? Uma aliança de casamento onde o teor do ouro contido não corresponde ao declarado? Os profissionais do laboratório gemológico do IBGM, por exemplo, presenciam diariamente a frustração manifestada pelo cliente ao descobrir que aquela “joia de família”, levada ao laboratório para avaliação, na verdade era uma fraude. Em uma ocasião como essa o ramo como um todo perde um pouquinho mais de credibilidade.

Nas condutas internas, entre a indústria e o varejo e mesmo entre os próprios industriais, a sonegação de impostos, o contrabando, a utilização de gemas de baixa qualidade, o emprego de diamantes sintéticos sem a devida informação ao cliente, são práticas, muitas vezes usuais, que intuitivamente, percebemos que agridem a ética empresarial, a concorrência leal, e abalam a relação de confiança entre colegas de um mesmo setor.

Nas palavras do magistrado José Renato Nalini: “O essencial é reconhecer: nunca foi tão urgente, como hoje se evidencia, reabilitar a ÉTICA em toda sua compreensão. A crise da humanidade é uma crise de ordem moral. Os descaminhos da criatura humana, refletidos na violência, na exclusão, no egoísmo e na indiferença pela sorte do semelhante, assentam-se na perda de valores morais. A insensibilidade no trato com a natureza denota a contaminação da consciência humana pelo vírus da mais cruel insensatez . A humanidade escolheu o suicídio ao destruir seu habitat. É paradoxal assistir à proclamação enfática dos direitos humanos, simultânea a intensificação do desrespeito a todos eles. De pouco vale reconhecer a dignidade da pessoa, insculpida como princípio fundamental da República, se a conduta pessoal não consegue se pautar por ela.”

A conduta ética deve ser o nosso norte, a trilha que orienta o nosso caminho, deve ser inspirada por nossos valores morais, ser identificada em nosso íntimo e praticada no nosso dia a dia, naqueles momentos em que ninguém nos vê.

 

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