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Economista vê com otimismo período de desaceleração econômica

Economista vê com otimismo período de desaceleração econômica

Economista vê com otimismo período de desaceleração econômica

Economista vê com otimismo período de desaceleração econômica

Ganhar dinheiro no Brasil ficou mais difícil, mas de acordo com o economista André Perfeito, essa desaceleração econômica – que não é decorrente do governo da Dilma e nem responsabilidade de partidos políticos – era necessária. “Ela surgiu por conta do Plano Real (criado em 1994). Com a queda na taxa de retorno, queda na taxa de juros e elevação dos salários criou-se uma nova classe C e todo mundo foi consumir”, lembra. “Só que essa excitação, a energia criada com a nova classe C, não se manteve”.

Além do colapso político que tem causado instabilidade no mercado, essa recessão que vivemos também advém de um ajuste fiscal lançado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy – feito para interferir no poder de compra da população. “A inflação estava alta, porque o salário real subiu. O governo federal segurava os preços da gasolina e da energia elétrica, o que se traduziu em um gasto forte. Depois, liberou esses reajustes todos de uma vez, o que aumentou a inflação”, explicou Perfeito.

Com a inflação em alta, o poder de investimento do brasileiro diminui e gasta-se menos. Isso faz com que a inflação caia naturalmente, porque o empresário tem de baixar os preços se quiser vender. “O objetivo do ajuste era causar essa desaceleração”, afirma o economista. A taxa de retorno caiu e os empresários se retraíram. O que vemos nesse processo, explica André, é que ele está sendo efetivo. “Controla as variáveis e mantém o câmbio favorável (exportamos mais e importamos menos). É difícil, mas tinha de ser feito”. Para o economista, agora tudo está se encaixando. “Hoje a gente sente uma pressão,
mas no futuro haverá uma melhoria”.

Assim, a recessão econômica é positiva. “Costumo dizer que a boa notícia é que está ruim”, brinca Perfeito. “Esse processo foi importante naquele momento e os ajustes foram feitos”. Segundo ele, o Brasil tem uma economia indexada, e mal indexada. O aluguel, por exemplo, sobe em função do IGPM, mas o IGPM é suscetível ao câmbio. Essa indexação, ainda dificulta o controle dos preços no país.

Em 2016 continuaremos sentindo essa desaceleração e a tendência é que melhore, possivelmente, no final do ano. O economista lembra que essa desaceleração da economia estava em curso desde 2014, por isso não deveria haver expectativa de lucro. “Esse  movimento vai aos poucos mostrando aos empresários que é preciso cortar custo e aumentar a produtividade”, sugere. “Temos de lidar com essa economia desafiadora, mas que possibilitará crescer de uma forma melhor. Salários mais baixos e inflação controlada”.

 

 

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