Pela primeira vez em 10 anos, a ferramenta Skintone ganhou 28 novas tonalidades. A mudança foi pensada para marcas e criadores
Por Marcella Freitas e Ilca Maria Estevão
Há algumas semanas, diferentes criadoras de conteúdo de beleza levantaram um debate nas redes sociais sobre as tonalidades de produtos comercializados. Enquanto algumas marcas apostam em um leque amplo de cores, que atende desde peles mais claras até as mais retintas, outras se mostram menos inclusivas em termos de opções. A Pantone, principal empresa de cores do mundo, incluiu 28 novos tons na ferramenta SkinTone, focada em tonalidades de pele.
Esta é a primeira vez em 10 anos que a Pantone amplia o guia. A mudança tem como objetivo ajudar empresas e criativos que desejam atrair e atender públicos mais amplos. Inicialmente, o recurso foi lançado com 110 tons de pele para a indústria cosmética, mas o guia também atende às indústrias de moda – onde a joalheria está inserida, decoração, brinquedos, próteses e até mesmo o metaverso.
A atualização engloba tonalidades mais escuras e subtons amarelos, uma expansão inspirada e informada pelos clientes da Pantone, que buscam correspondências de cores específicas que representem suas comunidades. Os novos tons são pensados para serem utilizados tanto em produtos e embalagens quanto em publicidade e catálogos.
posicionamentos coerentes com as pautas em voga, como sustentabilidade, condições justas de trabalho e transparência nos processos. No que diz respeito à diversidade, a preocupação se mostra ainda mais latente.
Há, portanto, dois espectros: de um lado, o público exige que as empresas sejam mais inclusivas; de outro, essas mesmas companhias encontram dificuldades em atender a demanda sem um ponto de referência. Com a novidade, a Pantone encontra-se nessa intersecção.
“Este é um ótimo momento em nossa sociedade para expressar e celebrar isso. É abrir espaço para conversas que precisam ser feitas. Não há problema em falar sobre querer ser mais inclusivo. Sejam asiáticos, negros ou brancos, todos podem conversar e se sentir à vontade”, pontuou Tannese Williams, gerente de produtos de moda, casa e interiores da Pantone, em comunicado.
Um relatório da Associação de Anunciantes Nacionais, de maio de 2020, indicou que 75% de seus membros tinham uma iniciativa de diversidade de fornecedores em toda a organização, mas apenas 40% tinham uma para serviços de marketing e publicidade. Dessa forma, o guia, integrado à plataforma digital Pantone Connect, poderá ajudar os criativos a serem mais inclusivos por meio de desenvolvimento de produtos.
Nas redes sociais, as opiniões acerca da novidade divergiram. Enquanto uns celebraram a ampliação, outros questionaram por que a empresa passou uma década sem se atualizar. “Demorou apenas 10 anos para reconhecer essas ‘outras’ cores e cor é tudo que a Pantone faz”, criticou um seguidor. “Tomara que logo sejam lançadas novas tonalidades”, pediu outro.