Entenda como a realidade aumentada muda a experiência de compra
Por Marcos Trinca
Ao longo dos últimos anos, podemos observar que a realidade aumentada (AR) vem sendo utilizada em diversos segmentos. Seu objetivo é o de gerar um engajamento e uma experiência diferenciada com quem consome um determinado produto. Para se ter uma ideia do potencial desse mercado, uma pesquisa da Goldman Sachs, grupo financeiro multinacional, estima que o uso da AR na experiência do cliente irá crescer a ponto de atingir o valor de US$ 80 bilhões até 2025.
Tudo isso está relacionado à mudança do comportamento do consumidor. Se pararmos para analisar, o jeito de comprar mudou muito nos últimos anos. Desde a chegada e consolidação do e-commerce nos anos 2000 e da popularização dos smartphones em 2010, comprar pela internet ficou muito mais fácil, seguro e prático.
Um levantamento feito em 2019 pela Isobar, agência global de transformação digital e criatividade do Grupo DAN, mostra que o conceito de realidade aumentada já é a chave para a transformação digital das empresas. Essa tecnologia está modificando a experiência de compra e aumentando sua autonomia durante esse processo. Seja por meio de um game, de uma ação promocional ou mesmo de um conteúdo detalhado sobre determinado produto.
Uma das vantagens da tecnologia imersiva está ligada diretamente à inserção de objetos virtuais projetados no ambiente físico real. De forma instantânea e por meio do smartphone, é possível fazer diversas simulações, como um carro na garagem do consumidor; uma maquiagem aplicada no rosto; um objeto em algum cômodo da casa e uma cor de tinta aplicada em um cômodo. Dá até para “brincar” nas redes sociais com embalagens interativas que destravam filtros exclusivos. Tudo isso estabelece uma ligação pessoal e estratégica com o público, proporcionando engajamento e proximidade.
Um exemplo disso é o projeto de filtro no Instagram lançado pela Eudora, marca do Grupo Boticário. Ele permite testar em tempo real cinco tons envolvendo o lançamento de batom matte. Por meio do filtro de AR foi possível salvar fotos e vídeos com a cor de preferência, postar e compartilhar na própria rede social ou em outras mídias. Esse é o tipo de jornada que gera interatividade e tem um alto impacto na hora de decidir o que comprar.
Em outros países, esse cenário não é diferente. Recentemente a empresa de cosméticos Charlotte Tilbury, de Londres, adotou essa ferramenta para levar experiência dentro do Facebook. Por lá, o consumidor testava por meio da realidade aumentada as maquiagens da marca. E, caso tivesse interesse em adquirir aquele produto, era direcionado com apenas um clique para o e-commerce para concluir a compra.
Assim como no varejo físico, no ambiente online também há infinitas possibilidades a serem exploradas. Isso vale tanto para as marcas — que querem criar ações por meio da realidade aumentada, experiências em redes sociais ou aplicações que interferem na jornada dos usuários/clientes —, quanto para quem quer vender por meio de engajamento e customer experience. Afinal, a realidade aumentada permite visualizar os produtos de forma super realista, com uma aproximação quase que física. Consequentemente, faz com que o consumidor tenha muito mais certeza do produto que está adquirindo.
Em tempos de recursos digitais criativos e onde o cliente é a palavra-chave para o sucesso, o público precisa ser encantado. E essa estratégia tem sido muito utilizada pelas marcas para performar melhor em vendas e criar um vínculo cada vez mais assertivo com seus consumidores.