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Empresa vende primeira barra de ouro do Brasil com rastreamento por blockchain

Empresa vende primeira barra de ouro do Brasil com rastreamento por blockchain

Empresa vende primeira barra de ouro do Brasil com rastreamento por blockchain

Tecnologia é usada para garantir procedência do minério e evitar ligação com atividades de garimpo ou de dano ambiental

Por João Pedro Malar*

A empresa brasileira Fênix DTVM realizou a primeira venda de uma barra de ouro no Brasil com total rastreabilidade por meio da tecnologia blockchain. O recurso é usado para registrar o passo a passo da obtenção do minério, garantindo a procedência do produto e evitando ligação com atividades como o garimpo ilegal ou o desmatamento.

O projeto foi uma parceria com o blockchain Minespider e é um primeiro passo na integração da tecnologia em todas as cadeias de suprimento de produtos ligados ao ouro e que já estão ligadas à infraestrutura digital da empresa. Segundo a Fênix, o objetivo é ter 100% de rastreabilidade para todos os seus fornecedores e operações até o final deste ano.

O blockchain é usado para documentação, certificação e rastreabilidade, ajudando na “sustentabilidade e a responsabilidade social do negócio”, de acordo com a empresa. O diretor de operações da Fênix, Pedro Eugênio Procópio, afirma que a empresa busca “mostrar que é possível ser um agregador global de metais, promover a transmissão de uma cultura positiva de originação responsável e garantir que os pequenos e médios mineradores brasileiros sejam respeitados em sua produção de ouro”.

“O ouro é um produto amplamente voltado para o consumidor — em joias ou como investimento — e os consumidores merecem saber que suas decisões de compra não impactam negativamente a saúde ambiental ou os direitos humanos em outros lugares”, ressalta o CEO da Minespider, Nathan Williams.

Para ele, a aplicação inédita no mercado de ouro do Brasil representa um “caso exemplar de empresa compradora e centralizadora de ouro que não apenas se empenha em operar com compliance, mas também dá uma história aos seus metais, evidenciando seu valor superior aos metais anônimos“.

A Fênix pretende ter novas barras de ouro rastreáveis a partir de abril. Ao mesmo tempo, ela trabalha agora na segunda fase do projeto de integração da tecnologia, que buscará registrar toda a cadeia dos produtos ligados ao ouro e que são exportados por ela.

Uso do blockchain na mineração

O uso da tecnologia blockchain na mineração tem sido discutido como uma forma de garantir a proveniência dos minerais extraídos da natureza, atualmente um desafio relevante no Brasil. Em março, o deputado federal Professor Reginaldo Veras (PV-DF) protocolou um projeto de lei para a utilização da tecnologia no setor.

O texto prevê “a criação de mecanismos de rastreabilidade de todas as etapas da cadeia comercial do ouro, com documentos verificáveis por endereçamento eletrônico por Código QR e sistema de registro digital de cadeia de blocos — ‘blockchain'”.

A barra rastreável foi comprada pela Ashoka Global, uma importadora e exportadora de metais preciosos, em 5 de janeiro deste ano. O seu CEO, Monal Thakkar, observa que “garantir a autenticidade da origem do ouro, para nós, que somos grandes players do mercado mundial, é fundamental. Isso fortalece muito nosso relacionamento comercial, pois traz mais transparência ao processo de compra do ouro”.

*Por João Pedro Malar para Exame

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