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“Inovação nas empresas deve ir além de produtos e serviços”

“Inovação nas empresas deve ir além de produtos e serviços”

“Inovação nas empresas deve ir além de produtos e serviços”

Para especialista, a inovação deve sempre ter o impacto social como centro das iniciativas.

Por Erica Mendes

Um dos painéis mais comentados do Hack Town 2019, que aconteceu no início do mês, na cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí, foi o comandado pelo gerente de inovação da Red Bull Brasil, Gabriel Gomes. Ele chamou a atenção para as diversas ações sociais que as empresas realizam simplesmente pelo ato de destinar uma verba específica para uma causa considerada nobre e ainda atribuem, erroneamente, tal feito à uma inovação.

Para ele, a inovação deve ir além do produto ou serviço principal das empresas e sempre ter o impacto social como centro. “Discutir projetos sociais hoje é muito mais sobre criatividade do que sobre o terceiro setor”, explicou Gabriel.

Segundo ele, muitas das empresas que querem gerar valor não possuem produtos e serviços que, diretamente, sejam considerados inovações. E se a empresa se perguntar apenas o que ela possui em relação à inovação social, isso pode ser um fator limitante. “O como tem o mesmo peso e pode abrir um leque de possibilidades. Ainda que uma empresa produza uma xícara, ela pode se perguntar como pode inovar em seu impacto, na sua cadeia, e no valor que ela gera além dos produtos”, pontuou.

“Diante de todas as transformações sociais, se as empresas não pensarem em inovação de forma consistente, elas terão um problema”. Para ele muitos projetos morrem porque os processos também têm que ser inovadores e, na maioria das vezes, a marca quer implantar algo que ainda não está na sua cultura, não está no mindset da organização. “Inovação é muito mais sobre os processos e menos sobre resultados. Inovação é sobre as metodologias e as maneiras de organização de iniciativas. Para que ela aconteça é necessário que as coisas sejam feitas de forma diferente de como foi feito até aqui. Inovação sem processo não existe e logo, não gera resultados”.

Quando questionado sobre a relação da tecnologia com a inovação, Gabriel respondeu que ela é importante, mas que inovação tem muito mais sintonia com a criatividade. “Claro que temos que pensar na tecnologia como algo que vá além do que apenas ser um suporte, mas como algo que transforme de fato. Sem criatividade e propósitos, ela não faz sentido”.

E, por fim, Gabriel chamou a atenção para o uso errôneo do termo ‘inovação social’, utilizado pelas empresas. “Se for utilizado o termo social, entende-se que existe inovação que não é social, e isso não faz sentido. Inovação deve fazer parte de mudanças voltadas para a economia, o ambiente, a política e outros aspectos da nossa sociedade”, finalizou o gerente de inovação da Red Bull Brasil.

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