Iminência do boom do varejo online coloca millennials no foco das marcas. A estratégia pode ser precipitada. Saiba por que
Por Rafael Coraccini
Os millennials ainda conservam algum caráter de seu comportamento do século 20. Segundo estudo conjunto da UNDAYS e Ad Age, os membros dessa geração não são tão dependentes dos dispositivos móveis quanto se poderia imaginar. A pesquisa foi feita com estudantes universitários nos principais mercados anglófonos.
A pesquisa concluiu que apenas 10% deles assistem streaming de TV em dispositivos móveis e que 37% fazem compras pelo celular. A grande maioria dos millennials usa a internet pelo mobile principalmente para navegar (64%).
A grande vantagem do m-commerce tem sido servir de ferramenta de comparação. Quase 60% dos usuários disseram usar o smartphones para fazer pesquisas de preço, enquanto 58% dizem analisar produtos. 52% verificam a disponibilidade dos itens em estoque e 46% procuram por lojas.
Segundo matéria da eMarketer, a questão levantada pelos especialistas é se a ambivalência em relação ao digital da geração Y está relacionada ao estágio da vida? Por serem mais novos, ainda não tem capacidade financeira suficiente para ser um comprador contumaz, ou se é realmente uma característica dessa geração.
X e Y no centro das atenções
Um estudo realizado pelo Centro de Inteligência Padrão – CIP em 2017 apontou que a geração Y é a que gasta menos entre aquelas economicamente ativas. A média salarial dessa geração é 40% menor que da geração X e 51% na comparação com os baby boomers (1945-1959).
Porém, 65% dos varejistas afirmaram que vão aumentar seus gastos com publicidade voltada para a geração Y. Quase a mesma quantidade afirmou que deve priorizar também a publicidade voltada para os consumidores da geração X (1960-1979). Por outro lado, as verbas destinadas a ações voltadas aos baby boomers deve cair 22%. A pesquisa é da RetailMeNot.
A jogada é arriscada, já que a geração Y, além de ser a de menor renda, é a que tende a controlar mais os seus gastos. No Brasil, o salário médio dos consumidores da geração baby bommer é de R$ 3.799, superior aos R$ 3.123 da geração X e mais que o dobro da geração Y (R$1.869). Os millennials que apontam ter gastos que excedem seus ganhos somam 44% do total, abaixo dos 52% da geração X e 49% dos baby boomers.
E-commerce
Uma pesquisa da AARP, de agosto de 2017, apontou que os mais velhos sentem que as indústrias de moda, tecnologia, esportes e entretenimento atendem mais as gerações mais novas. Cerca de 22% dos consumidores com idade entre 55 e 74 anos afirmavam não estar tão conectados com as marcas de moda, número que sobe para 30% quando o assunto é cosméticos e produtos de cuidados pessoais. Entre os millennials, a taxa de satisfação com o atendimento das marcas é o dobro.
Os baby boomers, renegados pelas marcas hoje, possuem, surpreendentemente, um comportamento de compra pela internet mais intenso que o da geração Y. Uma pesquisa da Hakuten aponta que os baby boomers que usam a internet e fizeram compras de roupas e acessórios pelo canal nos últimos seis meses chegam a 61%, contra 47% da geração Y. No consumo de eletroeletrônicos, a vantagem é de 53% a 45%. A Geração X é a que mais consome, com 60% para moda e 54% para eletrônicos.
Apesar de serem mais assíduos na internet que as gerações anteriores e de chamarem mais a atenção das marcas, os millennials ainda mostram um comportamento de compra na internet muito mais modesto que o das duas gerações anteriores.
Fonte: Portal Novarejo