Segundo levantamento da Central do Varejo, 46% do setor planeja adotar a tecnologia em breve
Por André Lopes*
O estudo ‘Inteligência Artificial no Varejo’, da Central do Varejo, conduzido entre abril e junho de 2024 com 307 varejistas brasileiros, revelou dados significativos sobre a adoção e o impacto dessa tecnologia no setor. De acordo com a pesquisa, 47% dos varejistas já utilizam IA, enquanto 53% ainda não implementaram essa tecnologia, mas muitos estão atentos às suas possibilidades.
Entre os que não utilizam IA, 46% demonstram intenção de adotar a tecnologia, enquanto 47% ainda estão avaliando o tema. Apenas 7% dos entrevistados pretendem continuar operando sem IA. A principal barreira identificada é a falta de conhecimento (52%), seguida pela falta de infraestrutura (26%) e dúvidas sobre o retorno sobre investimento (25%).
Para os varejistas que já incorporaram IA em suas operações, a maior parte das aplicações está concentrada em marketing e vendas. As principais áreas de utilização incluem atendimento ao cliente via chatbots (56%), criação de conteúdo de marketing (50%), personalização da experiência do cliente (36%) e análise de tendências (34%). Outros usos relevantes incluem automatização de relatórios (25%) e prevenção a fraudes (22%).
A frequência de uso da IA é alta entre os varejistas que adotaram a tecnologia, com 58% utilizando diariamente. No entanto, os investimentos ainda são relativamente modestos: 56% gastam até R$ 10 mil por ano, e apenas 24% investem acima de R$ 150 mil anualmente.
Os benefícios percebidos da IA são notáveis. A maioria dos varejistas relatou aumento de eficiência (84%) e redução de custos (42%). Além disso, 39% observaram melhorias na satisfação do cliente e 36% registraram aumento nas vendas. No entanto, um terço dos varejistas ainda não vê resultados financeiros diretos, embora mais da metade perceba uma redução de custos.
A satisfação com a IA é alta, com 89% dos usuários satisfeitos com os resultados. Entre as áreas de interesse futuro, destacam-se a geração de conteúdo para marketing e e-commerce, previsão de demanda e personalização da experiência do cliente. Para que mais varejistas adotem a IA, o estudo aponta a necessidade de soluções mais acessíveis, fácil implantação e maior clareza sobre o retorno do investimento.
O estudo conclui que a inteligência artificial no varejo brasileiro está em uma trajetória ascendente, com um grande potencial de transformar o setor, principalmente nas áreas de marketing, atendimento ao cliente e otimização de operações.
*André Lopes para Exame