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Relógios de luxo de segunda mão estão em alta, impulsionados pela Geração Z

Relógios de luxo de segunda mão estão em alta, impulsionados pela Geração Z

Relógios de luxo de segunda mão estão em alta, impulsionados pela Geração Z

Os jovens estão prezando por consumir luxo com mais responsabilidade, além do desejo por peças vintage, que não podem ser encontrados por toda parte

Por Nathalie OLOF-ORS / AFP

Imagem de Freepik

As exportações de relógios suíços estão quebrando recordes, mas as vendas de peças usadas também estão em alta, impulsionadas principalmente pela Geração Z, que quer consumir luxo com mais responsabilidade.

Estimado em cerca de 20 bilhões de francos suíços (valor equivalente em euros), o mercado de relógios usados ​​pode chegar a 35 bilhões de francos suíços até 2030, segundo um estudo da empresa de auditoria e consultoria Deloitte.

Historicamente voltado para colecionadores que buscam peças raras em leilão, esse mercado está se profissionalizando com a multiplicação de sites de venda online que verificam a autenticidade e despertam o interesse dos próprios relojoeiros.

“Hoje, há uma consciência global de que devemos consumir com mais responsabilidade”, diz Fabienne Lupo, ex-presidente da fundação da relojoaria, organizou em novembro do ano passado uma feira de luxo de segunda mão em Genebra, reunindo o gigante dos leilões online eBay, a plataforma de venda de relógios Watchbox, e marcas suíças como a Zenith, do grupo francês LVMH.

Compra de itens usados

Segundo Lupo, o aumento da procura por relógios usados ​​pode ser explicado principalmente pelas escolhas de consumo dos Millennials (a geração nascida entre 1980 e o final dos anos 1990) e da Geração Z (nascida entre 1997 e 2010) que “se preocupam muito com o futuro do planeta, e não querem mais comprar itens novos”.

A isto junta-se a procura de objetos “vintage”, “que não podem ser encontrados por toda parte”, mas também a dificuldade em comprar determinadas peças, uma vez que as listas de espera são cada vez maiores entre os relojoeiros suíços num mercado em plena expansão. “E depois há a digitalização que se acelerou com a pandemia” explicou Fabienne Lupo à AFP.

O crescimento desse mercado é tanto que a plataforma britânica Subdial desenvolveu um índice que acompanha a evolução dos 50 modelos usados ​​mais negociados. Este índice mostrou que o preço de referência caiu de um recorde de 45.000 francos suíços, em meados de fevereiro de 2022, para 35.000 francos suíços, em meados de setembro, mas esta “correção” não evidencia a tendência do luxo de segunda mão, segundo a Deloitte.

No ambiente online, as plataformas de relógios de segunda mão certificados por relojoeiros estão se multiplicando, e o segmento continua a atrair novos membros, como a americana Bezel, que concluiu no início de janeiro uma campanha de angariação de fundos com investidores como o ex-presidente da Disney, Michael Ovitz, o comediante e ator, Kevin Hart, e o músico, John Legend.

Mas desde 2018, a gigante do luxo Richemont, proprietária da Cartier, IWC e Piaget, já havia mostrado interesse por esse mercado ao comprar a plataforma britânica Watchfinder.

Em dezembro, a marca Rolex também entrou nesse mercado, puxando o tapete dos falsificadores, ao lançar um programa de segunda mão com a varejista suíça Bucherer, responsável pela autenticação de seus relógios, inicialmente em seis países, incluindo França e Reino Unido, com o objetivo de depois estendê-lo aos Estados Unidos.

Cuidado com a imagem

Há muito tempo, os relojoeiros estão “preocupados com o mercado da segunda mão”, diz Jon Cox, analista da Kepler Cheuvreux, devido aos preços altos no mercado secundário, “reforçando o valor de sua marca no mercado primário”, disse à AFP.

Para marcas de alto luxo, como a Richard Mille, cujo preço médio ultrapassa os 260.000 francos suíços, os relógios de segunda mão são até uma forma de polir a sua imagem. “Temos clientes que dizem: ‘havia uma edição limitada de 100 peças, sempre foi meu sonho me oferecer e agora posso pagar, mas vocês não produzem mais e é quase impossível encontrar”, conta Alexandre Mille, que sucedeu ao pai, fundador da marca, explicando que as suas equipes podem fazer uma pesquisa para encontrar a peça.

Segundo a Deloitte, comprar um relógio mais barato é a principal motivação para 44% dos entrevistados de seu estudo. Mas Jon Cox também evoca o efeito de “reserva de riqueza” que permite usar um relógio que “mantém seu valor” e pode ser “revendido” novamente.

Tradução: Fashion NEtwork

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