WGSN lista perfis emergentes que estão surgindo no pós-pandemia e revela estratégias para as marcas prosperarem no futuro
Por Erica Mendes
Em 2020, enquanto o Fórum Econômico Mundial revelou que 86% – de 21 mil entrevistados, de 28 países – querem produtos mais sustentáveis e equitativos no mercado pós-pandemia, o Institute for Business Value destacou que 6 a cada 10 consumidores estão prontos para mudar seu comportamento de compra para minimizar sua pegada ambiental. Ou seja, a sustentabilidade continua sendo uma prioridade-chave do consumidor, chancelada pela inúmeras discussões sobre o tema que permanecem relevante nas mídias sociais em todos os setores.
Ao mesmo tempo em que as pessoas estão esperando mudanças das empresas, elas estão dispostas a participar ativamente da construção de um mundo melhor ao lado das marcas. Portanto, segundo o WGSN, as empresas deverão aproveitar seu poder, relevância, redes e infraestruturas para ampliar as soluções ecológicas, acelerar a inovação e democratizar a sustentabilidade: o futuro reside na colaboração, adaptação e integração.
E para ajudar as empresas neste desafio, a autoridade global em previsão de tendências de consumo listou as três principais mentalidades do consumidor que estão emergindo no pós-pandemia.
1. Sustentabilidade democrática: o consumidor orientado para o valor. Para este grupo, as expectativas de sustentabilidade estarão centradas na acessibilidade. As empresas precisarão responder por meio de modelos e estratégias que democratizem o acesso à educação e estilos de vida sustentáveis. Em última análise, isso permitirá que eles ampliem rapidamente as soluções ecológicas. Para enfrentar a emergência climática, é necessária uma mudança de comportamento em escala global para a adoção de estilos de vida responsáveis em massa. Para permitir essa mudança, o preço e a acessibilidade a propostas de menor impacto serão fundamentais para os consumidores.
Cada vez mais motivado pela necessidade de independência, este grupo buscará soluções locais convenientes que simplifiquem a vida e permitam que eles recuperem o controle dela. A conveniência e a responsabilidade socioecológica precisarão ser integradas às ofertas comerciais, já que a maioria dos consumidores (63%) considera o valor pelo dinheiro um fator-chave de compra, de acordo com uma pesquisa da KPMG com mais de 75.000 entrevistados em 12 mercados de maio a setembro 2020. A pandemia aumentou a consciência da fragilidade do sistema globalizado e acelerou uma mudança nas preferências de global e centralizado para local e descentralizado. Economias e serviços locais permitirão aos clientes acessar e assimilar escolhas sustentáveis em um nível micro. Código aberto, descentralização e descolonização mudarão de conceitos exclusivos para realidades convencionais, com grandes empresas aumentando sistemas, produtos e serviços que integram esses valores por padrão.
2. Sustentabilidade ativa: o consumidor com um propósito. Este grupo está canalizando seus medos sobre a emergência climática em esperança e ação, voluntariamente adotando novos comportamentos a fim de reduzir sua pegada ecológica. As empresas precisarão colaborar com os defensores da sustentabilidade, comunidades e indivíduos para lidar com a emergência climática coletivamente. O consumidor movido por um propósito transformará as emoções negativas relacionadas às mudanças climáticas, fazendo esforços para ajustar seu estilo de vida para minimizar seu impacto negativo. Inserir imagem Crédito: WGSN, White Paper ‘Create Better: Innovating Towards a Sustainable Future’
As marcas precisarão fornecer aos clientes propostas que facilitem a mudança em direção à sustentabilidade, de aplicativos de rastreamento de pegada de carbono a produtos de zero resíduos. Além disto, para as empresas, ser vocal sobre os compromissos de sustentabilidade será tão importante quanto seguir com ações. Os consumidores com objetivos específicos vão querer participar desta mudança para um mundo melhor junto com as marcas que escolherem. Comunidade e colaboração serão seus valores principais, e esperança e compaixão serão suas emoções principais.
3. Sustentabilidade terceirizada: o consumidor desengajado. Impulsionado por um sentimento de desconfiança nas instituições e pela desinformação, este grupo rejeita a responsabilidade de minimizar o impacto ambiental pessoal por meio de novos comportamentos. Em vez disso, eles colocam suas expectativas nas empresas para intervir e liderar a transformação ambiental. Os consumidores esperam que as companhias e líderes empresariais enfrentem e resolvam macro desafios socioambientais. E mais: para eles, os CEOs devem intervir quando o governo não resolver os problemas sociais. Isso proporcionará uma oportunidade para as empresas se estabelecerem como líderes de pensamento, orientando os clientes para um futuro mais resiliente e responsável.
oportunidades econômicas, transformando a recuperação financeira da pandemia em uma revolução verde e restaurando a confiança e a esperança desse grupo de consumidores. Manter padrões de informação de qualidade será outro elemento-chave para reconstruir a confiança entre consumidores desinteressados. As marcas, em colaboração com governos e mídia, precisarão fornecer conteúdo verdadeiro, imparcial e confiável sobre sustentabilidade, ajudando os clientes a navegar pelas complexidades relacionadas a ela, como a reciclagem de produtos no final de seu ciclo de vida.