Pedra de 85 gramas foi chamada de ‘Douglas’, como uma homenagem a pessoa que localizou o raro item
Maria Cunha*
A maior pepita de ouro encontrada na Escócia em mais de 400 anos agora pode ser admirada no Museu Hunterian da Universidade de Glasgow, segundo informou a instituição na última terça-feira (30).
A pedra encontrada em Perthshire, em 2017, foi chamada de “Douglas” como uma homenagem à pessoa que localizou o raro item, mas que teve só o primeiro nome revelado. Devido à sua importância geológica e cultural, considerou-se importante preservá-la.
As leis de ouro da Escócia indicam que o item de 85 gramas data do final da Idade Média e atribuem a propriedade à Coroa do país. No entanto, a Crown Estate Scotland concedeu uma transferência formal da pepita para o Museu Hunterian.
A maior parte do ouro escocês foi encontrada como poeira ou flocos em areias e cascalhos de rios, erodidos de pedras muito mais antigas. “Grandes pedaços de ouro são realmente escassos em qualquer lugar, então esta é uma pepita de 85 gramas e, mesmo no Alasca e na Austrália, lugares da corrida do ouro, as pepitas de 85 gramas são bastante raras, então é uma coisa realmente interessante de encontrar”, diz John Faithfull, curador de rochas e minerais do Hunterian.
No século 16, grandes quantidades de pó de ouro e pepitas foram encontradas nas fronteiras escocesas, especialmente em Glengaber Burn e Crawford Moor e muitas dessas descobertas foram transformadas em moedas e nas regalias reais escocesas.
A maioria das grandes pedras “sobreviventes” foi encontrada no século 19, mas nenhuma é tão grande quanto a Douglas.
Faithfull disse que foi interessante ver uma pepita tão grande, pois o ouro tende a ser derretido e transformado em objetos.
“O ouro geralmente não sobrevive, temos rumores históricos de grandes pepitas que foram encontradas no século 16 na Escócia, possivelmente até um quilo, mas todas foram transformadas em moedas para as regalias escocesas, as honras da Escócia, a insígnia real, ou em moedas para emitir em nome do Estado para mostrar o quão rico era o país”, afirmou.
“Portanto, nenhuma dessas pepitas sobreviveu e esta é, de longe, a maior pepita escocesa sobrevivente confirmada e conhecida”, completa o curador.
O descobridor recebeu algum pagamento do Hunterian em acordo com a Crown Estate e com o apoio do National Fund for Acquisitions.
*Maria Cunha, sob supervisão de Pablo Marques do R7.