Em entrevista à EXAME Casual, o CEO e herdeiro do grupo LVMH fala sobre a inovação da joalheria no posicionamento e na comunicação
Os cinco herdeiros de Bernard Arnault trabalham no LVMH, o maior grupo de luxo do mundo, fundado por ele. Em cada momento algum deles está em destaque. No momento, as atenções estão voltadas para Alexandre Arnault, vice-presidente executivo de produtos e comunicação da Tiffany.
No fim de abril Alexandre reinaugurou a loja icônica da marca na Quinta Avenida de Nova York, batizada de “The Landmark”, aquela imortalizada por Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo. Parece uma banalidade. Mas o corte de fita foi bastante simbólico. Trata-se da “única marca americana de luxo”, como disse Bernard Arnault, ao efetuar a aquisição da Tiffany, em janeiro de 2021. A maison sempre foi uma marca sofisticada, mas estava perdendo receita nos anos mais recentes com o foco em produtos de entrada.
Com a entrada no LVMH, voltou a investir em peças de maior valor e fazer parcerias com celebridades, artistas e produtos icônicos para atrair novas gerações. Tem dado certo.
Confira a entrevista com Alexandre Arnault.
A Tiffany fez muitas colaborações de sucesso, como com o Air Force da Nike, e campanhas com artistas como Beyoncé. A ideia por trás dessas parcerias é falar com novas gerações?
Nossas colaborações nos permitiram injetar novidades e criar empolgação. Temos conseguido atingir novos públicos e expandir nosso alcance de uma forma autêntica que é fiel ao DNA da marca Tiffany. Esse cuidadoso equilíbrio entre inovação e tradição é o que nos permitiu impulsionar a marca adiante.
De acordo com o Euromonitor, as vendas da Tiffany cresceram 18% em 2022. O que mudou na sua gestão?
Nosso estilo de comunicação evoluiu. Somos mais inovadores e não temos medo de assumir riscos. Também nos concentramos em elevar e expandir todas as categorias. Os resultados mostram que nossa estratégia está funcionando e estamos ansiosos pelo que está por vir.
Bernard Arnault disse uma vez que a Tiffany é “a única marca de luxo americana”. O que significa a reforma da loja da Quinta Avenida?
A reabertura do The Landmark apresenta ao mundo a Tiffany & Co. para uma nova era. Como um dos nossos ativos mais preciosos, The Landmark é a representação física definitiva de tudo o que a maison representa. A loja é uma experiência de varejo diferente de qualquer outra, oferecendo um destino onde arte, artesanato, patrimônio e estilo de vida se unem.
O que faz a Tiffany ser a Tiffany? E o que a reabertura significa para a cidade de Nova York?
A Tiffany é um ícone de Nova York desde sua criação em 1837, quando Charles Lewis Tiffany e John B. Young fundaram a Tiffany Co. A reabertura marca a primeira reforma abrangente desde que nossa loja principal abriu suas portas em 1940. A loja foi apresentada em inúmeros filmes e programas de televisão e ganhou seu lugar na história como um ícone da cultura pop.
Desde a aquisição pelo grupo LVMH, a marca tem se posicionado mais como uma marca global do que como uma marca americana?
A Tiffany é uma marca global com herança americana. Tem quase 200 anos de história. A Tiffany tem sido pioneira na indústria de joalheria de luxo desde a sua criação. A tonalidade Tiffany Blue é instantaneamente reconhecida não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.
A Tiffany está se posicionando como uma marca de luxo mais aspiracional?
A Tiffany é verdadeiramente única porque, ao contrário de muitos de nossos concorrentes de luxo, apelamos para todos. Nossa ampla variedade de produtos ressoa com homens e mulheres e em várias gerações. Nossas coleções são criadas com significado e propósito e permanecer icônico para as próximas gerações.
*Ivan Padilla é editor de Casual e Especiais para Exame