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Joalheira Lydia Leão Sayeg e o apresentador Marcello Camargo inauguram a Casa Hebe

Joalheira Lydia Leão Sayeg e o apresentador Marcello Camargo inauguram a Casa Hebe

Joalheira Lydia Leão Sayeg e o apresentador Marcello Camargo inauguram a Casa Hebe

Espaço, que foi inaugurado nesta quarta-feira, homenageia a apresentadora, mas, por enquanto, não será aberto ao público em geral

Por Danilo Casaletti*

A empresária e joalheira Lydia Leão Sayeg e o apresentador Marcello Camargo inauguraram ontem, 20, a Casa Hebe, destinada à memória da apresentadora Hebe Camargo (1929-2012). O espaço – um showroom que será alugado para eventos – guarda parte do acervo de Hebe.

A Casa Hebe vai funcionar em um local de dois andares que pertence à Lydia, herdeira da joalheria Casa Leão. Ela conheceu Hebe em 1997, quando foi levar joias para a apresentadora escolher. “O camarim estava meio desarrumado. Eu tenho TOC e comecei a colocar tudo no lugar. Fui outras vezes. Ficamos amigas. Ia para o camarim dela toda segunda-feira para ajudá-la (dia em que o programa de Hebe ia ao ar no SBT). Era empatia, nunca fui contratada”, diz Lydia.

Boa parte das joias com que Hebe aparecia em seu programa eram feitas pelo pai de Lydia, o gemólogo e joalheiro Ivan Leão Sayeg, como um anel de rubi ou um coração de esmeralda – pedidos da apresentadora. “Rolava uns olhares entre eles. Eles eram confidentes”, conta a empresária.

A montagem da Casa Hebe durou dois anos. Nela, há peças raras, como o violino que pertenceu ao pai de Hebe, que ele tocava para acordar a filha, um violão que ela ganhou de Pelé, além de vestidos, bolsas, sapatos, entre outros itens pessoais – apenas parte de um acervo estimado em cinco mil peças. “Me chamaram de louca, disseram que eu não ia conseguir. Mas sou de vários mundos. As pessoas me chamam de camelão”, diz Lydia.

A empresária não conta quanto investiu no projeto, mas diz que recebeu a colaboração de amigos, como o fotógrafo Chico Audi que cedeu fotos da apresentadora, a Lukscolor deu as tintas para pintar o local e a influencer Helena Mottin que forneceu os manequins onde foram colocadas as roupas da Hebe. “A Hebe é confluência do mundo artístico, da moda e do luxo e, ao mesmo tempo, conversava com pessoas simples. É isso que acredito. Sou do trabalho, do dinheiro limpo”, diz Lydia, sobre a ideia do espaço.

Com o tempo, Lydia espera poder transformar o local em uma espécie de memorial, caso consiga o apoio governamental. A Secretária de Cultura e Economia Criativa de São Paulo do Estado de São Paulo, Marilia Marton, representou o governador Tarcísio de Freitas na abertura da Casa Hebe e elencou os programas de incentivo ao setor da cultura. Porém, não prometeu ajuda diretamente ao projeto.

A Casa Hebe ainda não divulgou qual será o valor para alugar o espaço.

Como é a Casa Hebe

Na sala de entrada, uma estante guarda dezenas de troféus que a apresentadora recebeu ao longo de sua carreira: quase uma dúzia do prêmio Roquete Pinto, um dos mais cobiçados pelos profissionais de rádio e TV anos 1960; outra dúzia de Troféus Imprensa, distribuído pelo SBT; e o Troféu Mário Lago, premiação criada pelo apresentador Fausto Silva.

Na sala ao lado, algumas réplicas de suas famosas joias – por questões de segurança, as originais não ficam no local. No mesmo ambiente, um espaço para a Hebe patriota, com sapatos, relógios, chaveiros e um vestido com as cores da bandeira brasileira.

Na parede da escada que leva ao segundo andar da casa, muitas – e raras — fotos de Hebe com seus convidados, a maioria do tempo em que foi contratada da TV Bandeirantes. A apresentadora aparece ao lado de nomes como Gal Costa, Agnaldo Timóteo, Toquinho, Dercy Gonçalves, Mazzaropi, entre outros.

Porém, a joia da coroa da rainha da televisão está guardada em uma sala que fica fechada. Quando a porta é aberta, o visitante dá de cara com outras quatro salas fechadas por vidros. Dentro delas, inúmeros vestidos, sapatos, bolsas, malas, objetos de decoração e pessoais. Tudo muito bem conservado.

Fãs da apresentadora certamente reconhecerão facilmente algumas das roupas ali guardadas, como um conjunto de jeans com bordados brilhantes e um vestido vermelho que Hebe usou na gravação de seu DVD. São peças de grifes famosas misturadas com outras sem etiquetas caras. Assim era Hebe, explica Lydia.

Não é permitido fotografar ou filmar a sala. Porém, quem alugar a Casa Hebe para algum evento, poderá levar seus convidados para um tour pelo local.

A pedido da reportagem do Estadão, Lydia e Marcelo aceitaram fotografar dentro da sala, em frente a um retrato de Hebe. Foi uma exceção, disse Lydia. A empresária usava algumas das joias com as quais a apresentadora foi retratada. “Esqueci só do anel”, lamentou, antes da foto. Marcelo, de sorriso fácil igual a mãe, brincou repórter se queria que ele vestisse alguma peça, para depois soltar uma gargalhada. Sim, Hebe parecia estar presente.

*Danilo Casaletti para Estadão, com reprodução no Terra.

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