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Museu do Ouro de Bogotá: a história por trás da riqueza

Museu do Ouro de Bogotá: a história por trás da riqueza

Museu do Ouro de Bogotá: a história por trás da riqueza

Orgulho nacional, o museu transformou a reputação do país de ‘selvagem’ para o ‘país do ouro’

Noelle Marques

Em 1920, a Colômbia proibiu o comércio de objetos arqueológicos e de metais sem a autorização prévia do governo. Mais do que isso, o governo da Colômbia queria evitar a saída de peças históricas do país, através da compra e venda de proprietários particulares. Grande parte deste tesouro já havia sido perdida com a chegada dos espanhóis em territórios colombianos, que levaram uma quantidade significativa de metais, inclusive os que adornavam túmulos e sepulturas indígenas.
Em 1939, começou a surgir a necessidade de preservar peças de ouro e prata confeccionadas pela população indígena da época pré-colombiana. Para evitar que mais objetos de grande valor histórico saíssem do país, o Banco da República da Colômbia começou a adquirir peças, que eram armazenadas dentro de caixas de papelão em um cofre na sala do gerente. Este foi o início do Museu de Ouro.
Entre 1944 e 1959, o museu era aberto apenas para dignitários estrangeiros, chefes de Estado, membros de missões comerciais, diplomáticos e convidados especiais, como a Miss Universo 1959, Luz Marina Zuluaga.
Acomodado em uma nova sede, em 1959, o museu contava com mais de 7.200 objetos de ourives e mais de 300 de cerâmica. As exposições exibiam apenas 200 objetos por vez, organizados pelo estilo e cultura. Em 1968, o museu ganhou um edifício próprio, que foi premiado em primeiro lugar na IV Bienal Colombiana de Arquitetura de 1970, e foi aberto definitivamente ao público geral.

O museu
Atualmente, o museu possui quase 34 mil peças de metal e cerca de 14 mil de cerâmica. Entre elas está uma balsa com várias figuras e um cacique, representando uma cerimônia a beira do lago, nomeada como “El Dorado”, sendo uma das mais importantes que se tem conhecimento dos antigos habitantes da cordilheira oriental.
A exposição permanente está organizada em quatro salas de exposição e uma de exploração, onde se pode conhecer as técnicas de mineração, o uso dos metais dentro da organização política e religiosa, os simbolismos, temas místicos e uma reflexão sobre a diversidade e a importância do patrimônio preservado.
Entretanto, não há apenas exposições fixas. O museu recebe obras de outros lugares, como México, Guatemala e Peru. Além de realizar exposições itinerantes, como quando levou peças à VII Bienal de São Paulo, em 1963.
O Banco da República, com o objetivo de disseminar o conhecimento no próprio país, também criou uma série de outros museus do ouro em diferentes cidades com obras de cada região, como em Cartagena e Santa Marta.
Para o público infantil, há um programa especial. Para que as crianças e jovens compreendam melhor a importância do local, eles recebem réplicas dos objetos para que possam manuseá-las e participam de jogos, onde podem fazer perguntas.
Funcionando há 78 anos, o Museu do Ouro de Bogotá possui quatro pisos destinados às riquezas materiais, históricas e intelectuais do país e do mundo em geral.

Serviço
Localizado sobre o Parque de Santander, na 5ª esquina da rua 16, em Bogotá, na Colômbia, o Museu do Ouro funciona de terça-feira a sábado, das 9h às 18h. E domingos e feriados das 10h às 16h. O preço da entrada é de $ 4.000 (cerca de R$ 4,29), sendo que de domingo a entrada é gratuita. Para mais informações, o telefone é (571)3432222.
http://www.banrepcultural.org/museo-del-oro

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