A primeira pedra preciosa brasileira que despertou interesse no mercado internacional
Erica Mendes
Conhecida por ser a pedra preciosa dos nascidos no mês de março, regente dos signos de gêmeos, escorpião, aquário e peixes, celebrativa dos 15 anos de bodas e dos formandos em análise de sistemas, economia e relações internacionais, a água marinha foi a primeira gema brasileira que despertou interesse no mercado internacional
Apesar de ser conhecida há mais de 2.000 anos e ser encontrada em todos os continentes, sua maior produção mundial está em terras brasilis. As principais jazidas se encontram nos estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, e os depósitos mais importantes estão na região de Teofilo Otoni, em Marambaia e ao longo do Rio Jequitinhonha.
O maior cristal bruto de água marinha foi achado no estado mineiro, em 1920. Com 550.000 quilates, era totalmente transparente, de um extremo ao outro, e com muitas gemas de ótima qualidade que foram lapidadas. No entanto, água marinha brasileira mais famosa, de melhor qualidade para a joalheria, foi achada em 1954, perto da cidade mineira de Topázio. Com 34,7 quilos (175.000 quilates), sendo ao menos um terço lapidável e proprietária de um azul profundo, recebeu o nome de Marta Rocha. Segundo relatam Carlos Cornejo e Andrea Bartorelli no livro Minerais e Pedras Preciosas do Brasil, “o batismo foi em homenagem à baiana que tinha sido eleita Miss Brasil poucos meses antes e que pouco depois da descoberta ficou em segundo lugar na disputa pelo título de Miss Universo. Dizia-se na época que a única comparação possível para o belo azul daquela água marinha era com os olhos azuis de Marta Rocha”.
Azul como a água do mar
Todo o fascínio que os admiradores têm pela água marinha repousa inabalável em sua cor azul. Não é à toa que seu nome deriva do latim ‘acqua marina’ que significa água do mar.
O ferro é o agente corante responsável por cerca das 35 tonalidades de águas marinhas classificadas – do azul ao azul esverdeado e verde azulado (assim como acontece com as cores do mar) -, variando de um tom claro muito pálido até um azul escuro, transparente e profundo. Os exemplares mais valiosos são aqueles que têm tonalidade escura.
A distribuição da cor é geralmente uniforme, resultando em gemas lapidadas muito atrativas, de um azul luminoso por qualquer ângulo de observação. Porém, sendo o azul uma cor fria, favorecida com uma fonte de luz mais azulada, a água marinha tem a propriedade de brilhar mais ainda quando exposta à luz artificial fluorescente.
Da classe mineral dos silicatos e do grupo dos berilos, é encontrada em cristais grandes, com nenhuma ou poucas inclusões. Normalmente, eles possuem a forma de prismas alongados, belamente facetados e com terminação complexa, resultado da combinação de faces piramidais com um pinacoide basal. Sua dureza é de 7.5 a 8 na Escala de Mohs.