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Varejo investe em lojas conceito para experimentações

Varejo investe em lojas conceito para experimentações

Varejo investe em lojas conceito para experimentações

Varejo faz da loja física um centro de experimentações, aponta Euromonitor

Muito se questiona sobre como o varejo físico responderá às profundas mudanças de comportamento do consumidor, avanço da tecnologia e do comércio on-line. A pergunta é sempre a mesma: a loja física sobreviverá? A resposta é: sim. Porém, o modelo tradicional, repleto de vendedores despreparados, ruptura no estoque e filas no caixa deverá ficar para trás.

Quem não se der conta disso não sobreviverá até 2040, data projetada pela consultoria Euromonitor em um estudo recente, que prevê um novo papel para as lojas físicas – o de centros de experimentação. De acordo com Ricardo Sfeir, analista de pesquisa da Euromonitor Internacional, as vendas on-line irão progredir nos próximos 20 anos em velocidade dez vezes maior do que no varejo tradicional.

“Os consumidores procurarão na loja física uma integração profunda entre canais, que não apresentarão mais distinção”, diz o executivo. Isso acontecerá, segundo Sfeir, porque as pessoas irão buscar acesso a “qualquer produto, em qualquer canal, de preferência, personalizado”.

Dando continuidade ao que já é visto hoje, os sistemas de compras estarão integrados aos dispositivos dos clientes, reduzindo os atritos e eliminando checkouts e caixas. “As lojas se tornarão centros de experimentação, com vastas impressões sensoriais e cenários onde o uso de produtos poderá ser feito com a ajuda das realidades aumentada e virtual.”

A pesquisa apontou que a humanização garantirá a longevidade e a relevância das marcas, uma vez que o desejo de experimentar mais criará mudanças nos valores do consumidor, que tende a priorizar a experiência. “Dessa forma, os consumidores passarão a frequentar as lojas físicas apenas para testar produtos e finalizarão as compras de forma on-line”, afirma Sfeir.

É o que já acontece com a Mobly, e-commerce de móveis e artigos de decoração, que colocou os pés no mundo físico, com uma loja de 4.500 m2 na capital paulista. O conceito já nasceu omnichannel, com muita tecnologia e captura de dados para entender o comportamento do consumidor em todos os canais.

O cliente tem a possibilidade de fazer suas compras sozinho, adicionar os produtos a um carrinho virtual e fechar sua conta em tablets espalhados pelos ambientes, ou então recorrer a um profissional.

“Ao equipar o vendedor com um tablet não apenas para concluir o pedido, mas repleto de dados estruturados de comportamento de compra, conseguimos realizar vendas mais assertivas e personalizadas”, afirma Marcelo Marques, co-fundador da Mobly. “Hoje, um vendedor com um tablet com todos os dados coletados sobre o cliente na mão, vende 60% mais do que um profissional que não tem acesso a essas informações. Os algoritmos substituem anos e anos de treinamento”, afirma.

Em uma trajetória diferente da Mobly, que somou tecnologia e atendimento pessoal, a Zaitt, que começou a operar em abril de 2016 como um misto de delivery de bebidas por aplicativo e espaço de eventos, optou por colocar em operação o primeiro mercado 100% autônomo da América Latina.

“O desafio foi grande, tanto na busca de parceiros, quanto no ajuste das tecnologias”, afirma Rodrigo Miranda, CBO da Zaitt. “Instalamos a primeira unidade no Espírito Santo, fizemos todos os testes e só então abrimos uma loja em São Paulo, tendo o Carrefour como parceiro logístico e de abastecimento de parte do sortimento”, afirma.

Após baixar o app da Zaitt, o cliente libera a entrada via reconhecimento facial ou QRCode. No interior do mercado, guia a sua própria jornada de compra. Os produtos selecionados são colocados em um carrinho virtual e o pagamento é feito na saída, numa leitura única com a tecnologia de RFID. Com a leitura finalizada, basta conferir a compra total numa tela e a porta é liberada. O valor da compra é debitado no cartão de crédito cadastrado no app

Eduardo Sodero, diretor geral do Rappi, aplicativo de entrega de tudo, observa que a chegada dos super apps, das plataformas que reúnem sob seu guarda-chuva uma gama variada de produtos e serviços, tem um peso forte na mudança dos hábitos de consumo físicos e digitais. “Qualquer coisa que traga conveniência é relevante, faz diferença”, diz. “Queremos ser um grande assistente para nossos usuários, oferecendo tudo o que for preciso para aumentar a comodidade e economizar o tempo das pessoas.”

O marketplace trabalha para ser uma plataforma de plataformas, oferecendo serviços financeiros, de saúde, doações, viagens, entretenimento, mobilidade e, também, delivery.

Empresas como a Mobly, Zaitti e Rappi revelam apenas uma pequena parte do que está por vir nessa gigantesca transformação do varejo, garantem os especialistas. “A transformação será muito rápida e é preciso ser ágil para não perder espaço”, sinaliza Sfeir, da Euromonitor.

Fonte: Portal Amis

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