Entenda como funciona a inteligência artificial generativa e como ela transformou o uso da tecnologia
Por Tainá Freitas*
Você já pediu para uma inteligência artificial criar um texto, imagem, vídeo ou música? Se ela é capaz de criar coisas, isso significa que ela é uma inteligência artificial generativa.
Essa é a categoria em que o ChatGPT (da OpenAI) e o Bard (do Google) estão enquadrados. Na prática, essas e outras ferramentas são capazes de gerar novos conteúdos a partir de fragmentos disponíveis na internet.
O potencial de criação + a capacidade de manter uma conversa e relembrar as anteriores + utilizar o extenso conhecimento disponível na internet = resultaram na inteligência artificial generativa que estamos conhecendo hoje e que está transformando mercados.
A aposta no setor é cada vez mais alta: em 2022, investidores injetaram US$ 1,37 bilhão nesta tecnologia, em cerca de 78 diferentes negócios, segundo dados do PitchBook. E a expectativa é que em 2023 este número mude completamente, pois apenas a Microsoft já investiu US$ 10 bilhões na OpenAI.
O que é possível criar com a inteligência artificial generativa?
Textos
Escrever e-mails, cartas, recomendações, roteiros de viagem e organizar agenda de compromissos são só alguns exemplos do que é possível fazer com a inteligência artificial generativa. Neste vídeo, Junior Borneli, fundador da StartSe, mostra o passo a passo de como usar o ChatGPT.
É importante notar que a I.A generativa é passível de erros e, por isso, suas produções ainda necessitam de um atento olhar humano. Informações errôneas já foram divulgadas em demonstrações da Microsoft e do Google – no caso do Google, o erro o fez perder US$ 100 bilhões de valor de mercado. Confira uma lista de alguns erros da I.A já detectados.
Imagens
Esta foi a imagem criada por inteligência artificial generativa após o pedido “Uma tigela de sopa que também é um portal para outra dimensão, em arte digital”. A plataforma usada para criação foi o DALL-E, criado pela OpenAI.
Mas a OpenAI não está tão consagrada no setor de imagem quanto de texto. No visual, o MidJourney é uma ferramenta (e um laboratório de pesquisa independente) que oferece uma solução semelhante e que também está fazendo um grande sucesso na internet.
Músicas
É, a capacidade da inteligência artificial generativa chega também ao mercado de áudio. A OpenAI possui a Jukebox, uma plataforma capaz de criar músicas (incluindo vozes) – e o resultado pode ser criado com base em diversos estilos de artistas antigos e atuais. “Crie um rock no estilo de Elvis Presley” pode ser um comando utilizado, por exemplo.
Códigos (programação)
É um programador(a)? Então preste bastante atenção neste parágrafo. O Tabnine é uma plataforma que utiliza a I.A. generativa para tornar desenvolvedores mais rápidos ao sugerir (ou até completar) linhas de códigos. Os códigos são sugeridos a partir de contexto e sintaxe.
“Tem muita gente fazendo testes de geração de códigos no ChatGPT. Ele gera códigos bons. Isso significa que deixaremos de ter os desenvolvedores? Provavelmente não. Mas poderá acelerar um trabalho que ele tem. Talvez a criação de um aplicativo que hoje demora x tempo, passe a ser y porque ele automatiza parte do trabalho. Até o trabalho de quem cria tecnologia vai se transformar”, explica Gustavo Bodra, líder de tecnologia da StartSe.
Como funciona?
A inteligência artificial generativa é baseada em dados e probabilidade. Ao longo dos anos, a I.A foi treinada com respostas certas e erradas e, por isso, quando recebe uma pergunta, ela traz a resposta mais provável… Mesmo que seja para uma soma simples, como 2 + 2.
“O que difere a I.A de uma pesquisa no Google, por exemplo? O Google, em tese, usa seu promp (comando) para buscar coisas na internet e trazer para você. Já a I.A generativa traz o texto pronto para você, que ele mesmo inventa, e constrói uma resposta com base no que ele encontrou na internet”, conta Cristiano Kruel, líder de inovação na StartSe.
*Tainá Freitas para StartSe