Ao abraçar a inovação com responsabilidade, podemos embarcar em um cenário onde o potencial humano se desenvolve ao lado do avanço tecnológico
Por Paula Englert*
Hoje em dia, é impossível escapar dos debates sobre IA generativa. Enquanto muitos discutem sobre suas capacidades criativas, implicações jurídicas e aumento de produtividade, poucos falam sobre quem está no centro de tudo isso: as pessoas. Mais especificamente, uma geração que está sendo moldada pela própria essência da IA generativa.
Na Box1824, chamamos essa geração de GenGen – Generative Generation, a Geração Generativa. Mas, para entender como nasce essa nova geração, precisamos entender um pouco melhor sobre as revoluções que nos trouxeram até aqui.
A primeira é a Revolução Industrial, ou Revolução do Tempo. Ela não só mudou os meios de produção, mas também transformou a nossa relação com os ciclos naturais. Enquanto antes a humanidade se guiava pelo Sol e pela Lua, agora as unidades padronizadas e os turnos de trabalho passaram a ditar o nosso ritmo.
Ganhamos escala, velocidade e produtividade, mas também nos acostumamos a fazer tudo ao mesmo tempo, de forma muito mais acelerada.
A segunda é a Revolução Digital, aqui chamada de Revolução do Espaço. Vivida plenamente pela GenZ, essa nova era mudou radicalmente a forma como nos comunicamos, trabalhamos, aprendemos, nos entretemos e nos relacionamos.
Culminando na pandemia, onde o tempo se transformou no nosso espaço. Passamos a nos encontrar não onde – já que todos estamos no ambiente digital –, mas quando.
Chegamos então à Revolução da Criação, uma era definida pela IA generativa, com ferramentas que expandem – e, às vezes, ameaçam – nossa criatividade de maneiras nunca imaginadas.
Essa revolução não estabelece apenas um novo modus operandi, mas também uma nova geração: a GenGen, composta pelos mais novos Zs e pelos Alphas. Parafraseando a escritora Ursula Le Guin, “acender uma vela é lançar uma sombra”.
As sombras, infelizmente, já conhecemos bem. Além do boom de fake everything (notícias, vozes, imagens, vídeos, dados etc.), também nos deparamos com uma desconfiança sobre o futuro da tecnologia. Será que ela vai roubar nossos empregos? Substituir os humanos? Transformar a arte em commodity?
Diante de incertezas como essas, a GenGen trará consigo uma profunda desconfiança em relação a marcas, instituições, governos e pessoas. E buscará, de forma incessante, a verdade. No entanto, também há muita luz para revelar novos mundos possíveis. Essa geração tem o poder de realmente mudar o planeta, usando a IA generativa para trazer uma maior democratização da saúde e da educação, cura para as mais diversas doenças e novas soluções para a crise climática. Mas, para chegar nesse futuro ideal e ajudar a GenGen a fazer as escolhas certas, é necessário que haja o desenvolvimento de uma consciência ética e responsável.
Diante desse cenário, as marcas assumem um papel crucial na orientação da GenGen. Aquelas que conseguirem se conectar com essa geração, assimilar suas características únicas e se antecipar no atendimento de suas demandas, serão as que mais vão prosperar. E as que mais terão impacto positivo no mundo.
Ao abraçar a inovação com responsabilidade, podemos embarcar em um cenário onde o potencial humano se desenvolve ao lado do avanço tecnológico.
Já parou para pensar em como se colocar diante desse novo paradigma? Sobre quais realidades deseja construir com essa nova geração? Se quisermos promover o bem-estar coletivo, não podemos ser apenas espectadores de tendências. Precisaremos ser co-criadores do futuro que desejamos.
Vamos nos preparar para essa conversa?