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Maioria dos millennials é mais fiél às empresas com políticas ESG, diz Korn Ferry

Maioria dos millennials é mais fiél às empresas com políticas ESG, diz Korn Ferry

Maioria dos millennials é mais fiél às empresas com políticas ESG, diz Korn Ferry

Nova pesquisa da Korn Ferry sobre o futuro do trabalho traz detalhes sobre como as gerações estão se relacionando com as perspectivas profissionais

Fernanda Bastos*

Imagem de drobotdean no Freepik

Mais de 60% dos millennials – aqueles nascidos entre os anos 1981 até 1996 – afirmam que se sentiriam mais inspirados em uma empresa que tenha uma boa política de ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), assim como são mais fiéis às essas empresas, é o diz uma pesquisa global sobre o Futuro do Trabalho, organizada pela consultoria Korn Ferry.

Ainda de acordo com o levantamento, 44% dos entrevistados passaram a estruturar os planos de carreira em termos de meses, e não anos – como acontecia em outras gerações. Além disto, 58% dos profissionais afirmam que trocariam o emprego por outro menos interessante, mas que oferecesse um salário mais alto. Ao mesmo tempo, 54% consideraria mudanças de carreira para assumir uma função focada em sustentabilidade.

O estudo, que ouviu 4 mil profissionais de 25 setores em diferentes países, levanta preocupações sobre o mercado de trabalho e as novas tendências entre os funcionários, como: crise sobre o custo de vida, a permanência mais curta nas empresas, a mudança na visão de longo prazo, a procura por uma remuneração mais alta e por flexibilidade.

Segundo Glaucy Bocci, sócia sênior da Korn Ferry, esses pontos representam desafios para as lideranças empresariais, pois os funcionários estão, cada vez mais, buscando bons salários em empresas flexíveis, mas com uma boa estrutura organizacional. “Foi comprovado que trabalhar com ESG traz retorno para os acionistas e, portanto, é algo que as empresas vão se preocupar. Mas também existe a expectativa que as pessoas, principalmente as mais novas, sobre políticas e demandas. Os funcionários querem ver quão concreta são as propostas ESG, e se as empresas fazem o que falam – se trabalham com as comunidades, não agridem o meio ambiente e têm modelos de governança alinhados às melhores práticas de mercado”, diz Bocci.

A sustentabilidade dos negócios

Segundo a executiva, a agenda ESG ainda é uma agenda em construção, mesmo estando presente nos conselhos de administração e na agenda dos presidentes de empresa. Mas para atrair e reter novos talentos que se atentam às tendências ESG, é preciso alinhar a proposta de valor interna, comunicada aos funcionários, com a proposta de valor externa, aquela com foco no mercado. “Isso é fundamental para atrair e reter os melhores talentos pensando em atração e retenção de pessoas”, diz Bocci.

Observando as tendências presentes no estudo, Bocci dá outro conselho: é necessário prestar atenção nos temas de sucessão. “A medida em que temos funcionários com pensamento de curto prazo em relação às organizações, fica muito difícil para as empresas ter um grupo de pessoas prontas para assumirem posições de gestão”, afirma Bocci. Segundo ela, as lideranças vão envelhecendo e, com isso, vem a necessidade de renovação das lideranças empresariais.

“Como é que fazemos essa troca se não temos pessoas prontas ou com condições para assumirem novos cargos. Se os profissionais não permanecerem, não se consegue ter esse tema da sucessão atendido”, afirmou a executiva. Bocci diz que a sucessão é um dos assuntos ligados à sustentabilidade do negócio – em relação à gestão de pessoas e a gestão de talentos, conclui.

*Fernanda Bastos é repórter de ESG na Exame

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