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O luxo é para alugar?

O luxo é para alugar?

O luxo é para alugar?

O tema é polêmico e divide opiniões entre os profissionais

Por Erica Mendes

“A geração dos millennials reluta em comprar itens como carros e artigos de luxo”, diz o estudo ‘Millennials Coming Age’ da empresa de investimentos Goldman Sachs. “Em vez disso, eles estão recorrendo a um novo conjunto de serviços que fornecem acesso a produtos sem o ônus da propriedade, dando origem ao que está sendo chamado de “economia compartilhada”.

Os millennials e a GenZ já respondem por 30% das vendas globais de luxo e, se continuar neste ritmo, representarão 45% até 2025, segundo a consultoria Bain & Company. Mas para muitos desses consumidores, a propriedade é superestimada. Por que comprar filmes quando você tem Netflix? Quem precisa de um carro quando tem o Uber?

O tema acima foi debatido por profissionais do mercado do luxo que participaram da conferência Vozes do Luxo e dividiu opiniões. De um lado, serviços semelhantes estão surgindo no luxo: já é possível exibir um relógio Rolex ou Patek Philippe, mesmo não tendo milhares de dólares para desembolsar. Alugar um vestido Narciso Rodriguez por uma noite ou uma jaqueta Marni por um mês também já é realidade. E de outro, o aluguel dilui o poder emocional do luxo.

“A propriedade é uma parte da essencial da experiência. Há palavras como ‘posse, cobiça’ que sempre associamos ao luxo”, argumentou Gary Wassner, CEO da Hilldun Corporation e presidentes da Interluxe Holdings, que investe em marcas emergentes de luxo e moda.  Oliver Reza, CEO da Eleven James, interveio, chamando ‘essas palavras’ de termos de marketing usadas pelas marcas. “Eu nem estou pensando em marketing”, argumentou Wassner. “Estou pensando historicamente, no aspecto emocional de possuir um produto de luxo que costumava dar ao consumidor uma sensação de realização, de sucesso”.

O fato é que o atributo da exclusividade é parte integrante do luxo que poucos podem pagar. No entanto, esses novos serviços estão tornando a categoria acessível a uma gama muito maior de clientes. E agora? O luxo é para ser alugado?

Sobre ‘As vozes do luxo’

“As vozes do Luxo” foi o tema central da terceira edição do Evento Anual de Luxo Franco-Americano, organizado pela Câmara de Comércio Franco-Americana, no Lincoln Center, em Nova York, no último dia 7 de junho.

Mais de 200 participantes do mercado de luxo francês e americano assistiram ao debate entre profissionais como Alain Bernard, CEO da Van Cleef & Arpels nas Américas, Laurent Claquin, head do grupo Kearing nas Américas, Steven Shiffman, CEO da Calvin Klein, Vanessa Friedman, diretora e crítica de moda do New York Times, entre outros.

O que está por vir na complexa narrativa do luxo? Como e por que os inovadores estão mudando o cenário do luxo? O que vem a seguir para esta indústria que está em constante transformação? Essas foram as principais indagações que pautaram a edição do evento e que dão vozes às conclusões contadas nesta matéria.

 

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